Para ressaltar o valor das mulheres brasileiras no mercado de trabalho, o CORE-PR convidou algumas representantes comerciais para falar sobre a profissão e os desafios que elas enfrentam no dia a dia.
A vontade de ter mais tempo para si mesma e trabalhar com horário flexível foi o que moveu Marisa Chela Carvalho, 58, a começar a sua jornada como representante comercial. “Quando me desliguei da última empresa, na qual fiquei por 10 anos, voltei meus olhos para as vendas”. Desde então, já são 8 anos atuando na área de representação.
A vida como representante comercial proporcionou à Marisa a tão desejada flexibilidade. “Trabalhar como representante me permite fazer o meu horário, portanto, posso ir e vir sem ter que estar pedindo ou justificando. Tenho tempo de fazer academia, ir caminhar e administro meus horários conforme minha agenda, cuido muito mais de mim agora” conta.
Antes de ser representante comercial, ela trabalhou por 25 anos como compradora em diversas redes de mercados, tanto grandes como pequenas. Atualmente, Marisa trabalha com a Gioca Indústria e Comércio e atua na área de bazar, embalagens e limpeza.
Quando questionada quanto aos desafios para as mulheres neste mercado, Marisa diz que percebe que elas estão crescendo muito profissionalmente num âmbito geral. Mas, ainda assim, a área de representação comercial ainda é dominada por homens. No CORE-PR, por exemplo, mais de 88% dos registros são de representantes do sexo masculino.
“Estamos no século XXI, e as mulheres estão crescendo muito no mercado de trabalho nos mais diversos cargos e setores. Mas eu não vejo nenhuma dificuldade por ser mulher, ao contrário, vejo que as profissionais do sexo feminino são muito determinadas e, quando querem alguma coisa, chegam lá”, ressalta.
Para as mulheres que querem trabalhar com a representação comercial, Marisa indica que é necessário se identificar com o produto e gostar de se comunicar e de vender. “Você fará o seu horário, portanto, a organização do seu tempo e da sua semana dependerão de você, o que é ótimo para conciliar a vida profissional e pessoal”.
Ela também recomenda a persistência, não desistir no primeiro “não”, além de conhecer o que está vendendo, ter argumentação, foco e determinação. “Outra coisa é saber que você é quem faz seu salário, e que todo começo de mês você começa do zero, então tem que ter muita motivação e realmente gostar da área”, indica.
Há algum tempo, Marisa fez uma mudança em sua rotina de trabalho como representante comercial: mudou o lugar da cadeira! “Por muitos anos sentei atrás da mesa, e agora fico de frente com o comprador”, conta Marisa. Essa atitude permitiu uma maior facilidade de atender grandes redes com essa postura. “Fica mais fácil o contato com o cliente, e a mesa era uma barreira, pois o vendedor fica no lugar de vendedor e o comprador no lugar de comprador, podemos argumentar sobre os produtos e ter uma conversa mais de perto e mais leve estando lado a lado, sem barreiras”.